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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Com Nívea, a Intrépida, em percurso com vento forte

Por um longo tempo me rendi a preguiça de atualizar o blog e registrar apenas nas redes sociais, abandonando as publicações deste blog. Não que inexistam  fatos e eventos que merecessem divulgação, muito pelo contrário, ocorreram fatos relevantes para a Vela Pop, registrados apenas no Facebook e no Youtube. Mas, o Facebook tem um grande defeito, os históricos se perdem no tempo.

Na minha longa jornada como velejador, uma característica sempre me chamou a atenção. Um velejador precisa saber administrar o tempo dedicado a atividade, sem prejudicar o relacionamento com a família, principalmente  com a sua companheira. Isto é sempre um ponto delicado e certamente um dos empecilhos a disseminação da cultura vélica.

Eu sou um homem de sorte! A Nívea, sempre foi companheira em todas as atividades, mas se abstraia de participar nas velejadas. Até, que há 3 anos, sem a minha intervenção e orientação, resolveu velejar nos caiaques à vela. Ainda bem que eu dispunha de 2 caiaques. A Nívea não gosta de teorias e como eu me manquei, nunca tentei dar qualquer orientação técnica. Os amigos, nas velejadas, sempre procuraram orientá-la. 

Um dica: Eu desconheço mulheres velejadoras que não formem um casal feliz com outro velejador. Mesmo que não seja o primeiro velejador com que tenha se relacionado.  



Na sexta-feira, dia  7/02/2014, programamos um percurso em dupla, cada um em seu caiaque de ida e volta ao Quiosque do Hotel Jangada. Tentamos sair da Praia das Amendoeiras o mais cedo possível, mas só conseguimos às 10:30 hs, pois sabíamos que a forte lestada que açoitou a laguna no dia anterior iria se repetir. Eu documentei em imagens o registro das velocidades do vento e rajadas no anemômetro. Ventos de 16 a 20 mph com rajadas que em uma oportunidade bateu a 30 mph.



A ida foi tranquila, no contravento inicial tive melhor desempenho que a Nívea, mas quando rumamos no través buscando a derrota traçada, ela me dispensou e não consegui acompanhá-la de perto. A diferença de peso é mais importante que qualquer conhecimento técnico, quanto a velocidade da embarcação.










Na chegada ao Quiosque do Hotel Jangada, tivemos dificuldades na aproximação devido ao colar de algas que impedia a passagem. Finalmente descobri um espaço e conseguimos chegar ao objetivo.

O forte calor do verão de 2014 facilitou a disseminação de algas em toda a orla da lagoa de Maricá, algo que também aconteceu em todo o litoral do sudeste e sul do Brasil e registrado por imagens de satélite.

 No quiosque, uma decepção, pedi uma cerveja e esta veio simplesmente quente. Um local sem administração, o que nos deixou com saudades do quiosque do Carlão!









No retorno, contornamos com mais facilidade o colar de algas pela face norte e rumamos a Praia das Amendoeiras. A região do Quiosque do Hotel Jangada é protegida do vento leste, logo que saimos desta região percebemos a velocidade do vento. Nívea ia mais a frente e num rumo mais a barlavento. Mas logo percebi que ela enfrentava dificuldades para seguir rumo a Praia das Amendoeiras e seguia para barlavento, numa orça folgada e com o pano pouco caçado. Rumei para a sua posição e ela me falou que estava embarcando muita água e estava seguindo para a margem sul da laguna. A acompanhei e chegamos  na margem sul.








Eu estava preocupado com o estado emocional da Nívea, ela é mais forte do que avalio! Bombeei a água do "cockpit" do Romanok e conversando com ela optamos em seguir um rumo direto a Praia das Amendoeiras, a nossa base. Mas, popa rasa não é a melhor opção para caiaques à vela.

Enquanto esgotava o Veleirok, observava a velejada da Nívea, que conseguiu chegar a margem norte, no promontório que divide as praias do Marine das Amendoeiras. Segui para o ponto e senti na pele o que ela experimentou. O Romanok virou um submarino, mas é impressionante o caiaque à vela não deixa de seguir o rumo, mesmo que todo alagado!

Chegando ao Pomontório do Buriche, esgotei novamente o Romanok e Nívea continuou até o ponto de chegada.

Conclusões:

  • A Nívea ganhou o diploma de velejadora;
  • Eu errei por não estar com o rizo da Vela VK preparado para os 2 barcos;
  • Da flotilha, nós usamos a menor área vélica, apenas 3 m² e nestes momentos isto é valioso;
  • Velejar em águas restritas é sempre um fator de segurança e o ideal para aprendizes;
  • Caiaques à vela são melhores, quando "sit-on-top", ou seja, sem "cockpit" para inundar;
  • Os momentos vividos ficarão na nossa lembrança e serviram para fortalecer ainda mais o nosso relacionamento.

                     


5 comentários:

  1. Adorei o relato, bons ventos ao casal de velejadores.

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  2. QUE VELEJADA, GOSTARIA DE ESTÁ PRESENTE. PARABENS AO CASAL DE VELEJADORES.

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  3. Que beleza de velejada, Danilo!!!!!
    Plageando um famoso ditado: "casal que veleja unido permanece unido "
    Boas velejadas pra vcs.!!!!!
    Abs
    Alderico

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  4. Meu blog também anda abandonado. Mas vou voltar. E o projeto do caiaque a vela continua guardado. Um dia, chego lá.
    Bons ventos permitam belas viagens!

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  5. Adorei este post! Muito bem escrito e com o carinho que toda companheira dedicada merece! Parabéns a você, e à Nívea pela coragem em enfrentar o medo do mar!

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